Para denunciarmos, para perdoarmos, mas para jamais esquecermos!
Resumo da História da CART 3503
Album de Fotos da CART 3503
Letra do ex-Alf. Mil. Op. Esp. António Silvestre, música e interpretação do seu filho Miguel Silvestre.
Prefácio
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publicada por José Caseiro
publicada por José Caseiro | 17:31
Comentar este texto remete-me para o passado, aquele que tanto esforço fiz e faço para ultrapassar e esquecer.Quando a vivencia foi tão má, o melhor que podemos fazer é “desligar da memória”.Temos relatos que são conhecidos, aqui documentados de uma CART 3503 a que pertenci durante muito pouco tempo , até à minha transferência para CCS em Nangade.E se a vivencia em Mueda não foi fácil, pequena vila que era já na altura, Nangade passou a ser um indescritível “buraco” no meio do nada o quase nada que eramos nós, com raízes assentes num rectângulo de terra descampado, mal amanhado, sem hipótese de sair do perímetro do campo de minas cercado de arame farpado, onde não havia um China ou um Santos, mercearias do “tem tudo” para desconsolo, como me acostumara em Mueda. Não só não tinha mercearias como em Mueda.Nangade, não tinha escola de condução, nem o luxo de “Flates”, para oficiais ou furriéis, nem igreja , nem hospital, nem base de aviação, menos ainda a possibilidade de o chão ser pisado por algum civil, não os havia , não tínhamos a vantagem de ser temidos pela presença de uma força aérea estacionada como na vila de Mueda.Nangade, foi o buraco, dentro da terra quando “chovia” ataque de morteiro e míssil, mais airoso buraco de dia quando podendo olhar o céu nos sentíamos circunscritos ao nada que havia, e nos rodeava, ao nada que poderia ser feito ao longo dos intermináveis anos que ditaram a nossa permanência mergulhados num ambiente de medo colectivo.O golpe de mão ao pequeno aquartelamento perdido no mato, a dias de distancia por picada minada quase intransponível até á localidade mais próxima, que sem uma demorada missão de limpeza de minas nos interditava a um acesso impensável, onde ousar percorrer por qualquer razão desesperada, seria o fim de muitos dos seus elementos foi cenário presente na nossa mente constituindo a consciência do nosso temor e intranquilidade.Olhos bem abertos, reagir , resistir e esquecer, foi o lema de vida dos quase dois intermináveis anos mergulhados ali, o pior seriam sempre as noites porque em caso de ataque só de manha ao alvorecer teríamos apoio aéreo, e ate la tentarmos ser capazes de resistir.Curiosamente de Nangade dos nossos, também eles colegas, do mesmo batalhão, não consta relato, nem imagens nem queixas .Talvez lhes reconheça a razão, e perceba que, talvez na receita do esquecimento, resida a melhor lembrança daquele tempo.Alves da CostaCART 3503CCS BART 3876
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